Mãe de Eliza Samudio recebe pertences da filha hoje e desabafa
A comoção em torno da memória de Eliza Samudio, assassinada em 2010, voltou à tona nesta quinta-feira (17 de julho), quando sua mãe, Sônia Fátima Moura, recebeu os pertences da filha após 15 anos de espera. Os objetos estavam sob custódia da Justiça desde a investigação do crime que resultou na condenação do ex-goleiro Bruno Fernandes.
Entre os itens entregues estão um par de sandálias, óculos escuros e uma carteira contendo uma foto de Bruninho, filho de Eliza, atualmente com 15 anos e jogador das categorias de base do Botafogo. Além desses, fraldas descartáveis utilizadas por Bruninho na época do crime também foram localizadas, embora Sônia tenha decidido não recebê-las.
O processo de liberação dos objetos começou em 2023, mas os itens só foram de fato localizados e encaminhados à mãe da vítima neste ano. Sônia, que já havia recebido anteriormente o computador pessoal da filha, contou que ainda não teve forças para abrir o equipamento, que permanece embalado desde a chegada. Em entrevista, ela afirmou que teme não estar psicologicamente preparada para lidar com esse conteúdo.
Em publicação nas redes sociais, Sônia desabafou sobre o impacto emocional de reviver a dor da perda. "Depois de 15 anos de espera, na esperança de encontrar seus restos mortais, o que a Justiça me devolveu foram esses objetos da Eliza. Ter esses itens em minhas mãos é como se o tempo não tivesse passado. A dor continua tão intensa, tão crua. Tenho vivo em minha memória cada gesto seu".
Ela ainda destacou a simbologia dos objetos: "Esses objetos são como um pedaço seu. Um pedaço de mim. É difícil acreditar que você se foi há tanto tempo, e de uma forma tão cruel e covarde".
Em outro trecho, Sônia descreveu a dor permanente que carrega. "A dor da partida de quem amamos é uma ferida que nunca fecha completamente. É como se uma parte de nós tivesse sido arrancada, deixando um vazio que ecoa em cada momento. A saudade é uma presença constante, uma sombra que me acompanha em cada passo meu".
Ao falar sobre o neto, ela demonstrou esperança. "Bruninho está crescendo e realizando os sonhos de vocês e é como se você, Eliza, estivesse viva, sorrindo para ele. Ver ele alcançar os objetivos que você tanto queria é um consolo para dor que sinto".
Eliza desapareceu em 2010, pouco tempo após dar à luz Bruninho. Segundo as investigações, ela foi sequestrada e morta por ordem de Bruno, que à época era goleiro do Flamengo. O corpo da jovem, que tinha 25 anos, nunca foi encontrado. Bruno foi condenado por sequestro, cárcere privado e homicídio triplamente qualificado.
